domingo, 30 de setembro de 2012

Fragmentos do Diário de um Encontro

Para acompanhar leia primeiro: Fragmentos do Diário de uma Paixão

23:00, foi o que anunciou aquilo ali pendurado na parede, que tinha formas engraçadas em um tom de verde limão que contrastava com a parede rosa do quarto dela. Estava pronta há algum tempo, tinha já arrumado bem os cabelos, aquelas longas mechas negras caiam por sobre suas costas, realçando o tom branco de sua pele. Comprou um vestido novo, destes que mostra cada curva de um corpo, a envolvia, perfeitamente bem. Num tom de azul que bem lembrava o céu negro e limpo que estava lá fora.

Começou tocar aquela música que gostava muito, fazia questão de deixar seu celular tocando um pouco mais tempo só para poder ouvi-la, mas hoje não. Ela nem sabia o porque, mas hoje estava ansiosa, talvez fosse por aquela ser uma festa diferente, mas sabia que era a mesma de sempre. Não deu muito ouvido aos seus pensamentos, decidiu sair para o encontro com suas amigas, e assim irem juntas.

Música alta, passos desordenados, bebidas fortes e caras, pessoas bem arrumadas, outras nem tanto. Aquilo ali era algo que já estava acostumada a viver, o ambiente de uma festa em uma dessas casas noturnas que todo mundo se reúne em um final de semana para brindar a vida, ou para lamentá-la todos juntos. Era comum ver todos sorrindo, até que o limite de suas bebidas atingissem o seu cérebro, então ele se calaria para que o coração pudesse falar todas as verdades guardadas.

Hoje era um desses dias, que ela iria beber e por fim ver seu coração falando coisas das quais não queria conversar com ninguém. Agora já não sabia mais que horas eram, alguns passos arriscados com suas amigas. Afinal era uma festa com música, ela sabia como dançar, fazia disso o seu cartão de visita, era tão bonita que chamaria a atenção de qualquer forma, mesmo que não lhe interessasse nenhum dos olhares, era bom se sentir observada.

Foi estranho encontrar um rosto familiar no meio de tantas pessoas, mas ainda assim aconteceu. Um rosto familiar, assim por dizer. Porque a verdade é que ela não se lembrava dele, talvez um amigo de infância, ou alguém que trabalhava no mesmo departamento, não conseguia se lembrar, só sabia que o conhecia, com um sorriso respondeu ao olhar que ele lançara em sua direção.

Viu quando se aproximou com um sorriso no rosto, meio tímido ainda, falando algumas palavras que saiam repetidas de sua boca, algo como onde estudavam, ou que ela parecia ser alguém muito legal. Ela, normalmente, o destrataria ou o convidaria a ficar esperando até que ela voltasse aquele lugar, mas decidiu que não, o garoto a encantou, e por um segundo bem se lembrou que um dia destes qualquer, viu quando os olhos deles se direcionavam a ela em uma aula sobre teorias chatas e estranhas.

Ele sorriu, ela também. A conversa fluí, mas suas amigas queriam ir embora, e ela sabia que o veria na segunda feira. Mas antes disso quis saber, o porque aceitou ouvir história contadas por alguém que nunca havia conversado antes, e então seu coração respondeu quando pulsou mais forte, e aquele que mal a conhecia se despediu com um beijo por sobre sua testa.

Suas amigas riram quando ela contou o que havia acontecido, e ela também se pegou rindo, tentando entender o que aquele cara, um tanto quanto tímido, que falava algumas palavras confusas e desordenadas, queria lhe oferecer. Então com um sorriso percebeu o que era. Poderia ser só uma noite, poderia ter sido naquela noite, mas tudo que teria ganho era um momento sem razão, e juntando cada palavra percebeu, que o que ele oferecia era seu coração.


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